terça-feira, 7 de outubro de 2008

e fim.

Eu não entendo o motivo de tanta filosofia barata, já fazem quatro anos.


-Minha tola teimosia permitiu que chegássemos a este ponto? tola, sim. está foi a melhor frase que puderas ter me dito, mas não foi a teimosia, foi a crença de algo havia mudado, de que você havia crescido. tola ingenuidade eu diria, pensar que o tempo faz as coisas melhorarem, amadurecerem, se concretizarem.

Talvez assim seja melhor, culpar o tempo. Não fui, não foi você, o tempo só não passou do mesmo modo para nós, não vivemos as mesmas coisas, não nos envolvemos da mesma maneira. Besteira. Política de boa vizinhança é o escambal, eis que isto pode ser sinônimo de sinceridade meu querido, abra os olhos e entenda. Desculpas? de minha parte não. Fiz apenas o que devia ter feito e o que achei ser o certo, fechei os meus olhos e acreditei cegamente nos meus passos, não medi esforços e andei, mesmo sem saber para onde ir, mesmo sem ver se o caminho era o certo, apenas acreditei.

Essa história de que eu não deveria ter dado esperanças depois de tanto tempo é conversa furada de botequim, não se trata de esperança - quem dera eu levar fé assim - mas também não se tratou de amor. Achei que o cara legal que por anos fora meu amigo não fosse mudar da água pro vinho se voltássemos, achei que a volta seria triunfante depois de quatro anos de conversas e tardes de sol, achei que seria bom, que daríamos certo ou que alguém ficaria bem com tudo isto. e nós sabemos do que estou falando.

Sim, acabou.
e podes dizer o quanto quiseres que eu acabei, que não fomos nós, que não foi um consenso, que eu joguei tudo pro alto, que eu tive medo, que eu não me abri para que tu pudesse me fazer feliz, que eu não suporto a idéia de ser feliz, que eu e eu e eu, tudo minha culpa. é verdade, talvez seja medo, ou talvez só não fosse você. entenda que eu o fiz que nem eu e nem você merecíamos tanto teatro, e olha que sou amante das artes, eu não podia mais com tanta encenação, meus pés cansaram de segurar o peso de toda esta fantasia sobre os ombros, eu não podia mais com tantos holofortes no rostos, mesmo que no final houvesse tanta gente a aplaudir a belo casal romântico. Romântico? eu intitularia: Equívocos. Uma comédia trágica, uma sucessão de cenas de nossa amizade que parece ter se esvaído quando eu disse sim, tantas coisas perdida, um longa que passaria longe de um romance épico.

você me disse está manhã: - Um dia tu ainda vai me amar como eu te amo.
e o que tenho a dizer sobre isso? talvez daqui a mais uns quatros anos, quem sabe o tempo responda.

domingo, 5 de outubro de 2008

sobre sorrisos e vontades

pra ela.

sustento minha ciência em meia dúzia de coisas banais,
mas tenho sustentado meus pensares em sorrisos casuais.

bendita-maldita-hiponitizante combinação de olhar e sorriso
a boca me parece um ímã, dentes são desejo contido,
o mover de lábios ventre, suicídio.

teu sorriso me é fragmentado,
é o refúgio da minha loucura
metade prazer - metade tortura.